pan-touradas
Julho. 04. 2018 Julho. 04
Tentar proibir Touradas é folclore mediático

A Prótoiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia desvaloriza a mais recente e já esperada iniciativa do PAN para tentar proibir a Tourada em Portugal. Trata-se de uma rotina demagógica, fundamentada em mentiras, que ataca a Constituição da República Portuguesa. Representa uma nova iniciativa antidemocrática de um partido desesperado e cada vez mais extremado na luta pela sobrevivência.

A identidade de um povo, ao contrário do que defende o PAN, manifesta-se pelo respeito da diversidade cultural e não pela imposição de uma ideologia única. Aliás, a vontade agora manifestada nesta posição radical vai contra o que defende a Constituição da República Portuguesa. Refere o nº2, do art. 43º: "O Estado não pode programar a Educação e a Cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas". O nº 1 do artigo 73º: "Todos têm direito à Educação e à Cultura"

Como é recorrente na comunicação deste partido, a argumentação é falsa. Se não vejamos:

1.       Não é a primeira vez que a Assembleia da República debate a proibição de touradas em Portugal. Já em 2011 o assunto foi discutido, tendo sido amplamente rejeitado por cerca de 80 por cento dos deputados.
2.       Em 2017 realizaram-se 205 espetáculos tauromáquicos em 80 municípios e não 181 em 44 conforme refere o PAN.
3.       Estes espetáculos realizaram-se em 15 distritos de norte a sul do país, além da Região Autónoma dos Açores.
4.       No ano passado registou-se um aumento de 1,8 % do número de espectadores em touradas para um total de 435 660.
5.       Não contabilizados estão os mais de 1000 eventos de tauromaquia popular que se realizam por todo o País, como a Vaca das Cordas (Ponte de Lima), a Capeia Arraiana (Sabugal), as largadas de toiros (Ribatejo) e as Touradas à Corda (Açores).
6.       As estimativas da Prótoiro apontam para três milhões de pessoas envolvidas em eventos tauromáquicos em todo País ao longo de 2017.

A Prótoiro compreende o folclore agora proposto por um partido que apenas tenta aumentar desesperadamente a sua visibilidade. Não representa mais de 75 mil pessoas em todo o País e procura com estas investidas lutar pela sobrevivência. Quer inverter a queda nas sondagens e evitar o desaparecimento do único deputado com assento parlamentar.

Esta iniciativa terá o mesmo destino das duas propostas anteriores do PAN, que visaram proibições na atividade tauromáquica. Foram chumbadas por mais de 80 por cento dos deputados que deram uma demonstração clara da defesa dos valores da democracia e da liberdade cultural, como é próprio de um estado democrático, algo em que o PAN revela não acreditar.